quarta-feira, abril 19, 2006

Cheerleader(s)

Superfície de um lago social.
Nadavamos todos em plásticos azuis,
os cegos e os óculos,
as belezas e as solidões cativas.
Paradigma do normal,
certos; família e amigos.
Enigma insosso.
Máscaras finas e vazias
caídas nos quartos
nos carros e nas conversas de outros dias,
não tidas e sorridas.
Mas ainda bem-vindas...

domingo, abril 02, 2006

torna-te o que és...



escárnio, escárnio! a lua era cheia. batizada por Frida, tu dizias. e mais: canta teu tango, bebe teu vinho. chama toda dor de carinho! que seas mia! cala a boca e canta tua vida!!! escolhe logo porque as chances mudam e a gordura te torna crime. inafiançável! tu defines. hediondo são teus cabelos sorrindo nesse rosto maldito. tu te vestes de veludo e te recolhes entre o fosco e o brilho. pedantismo vazio. chora seco e vive lembranças esquecidas. cava razão, indícios... pedes um café de ritual boêmio e amigo. correntes e chicotes para libertação do proibido. nega-te ofegante... tu lias um romance clássico e lindo, olhava-a recatada, nunca tímida. ela fazia da pele uma burca. tu a despia e ela não tinha a nudez gritante, era suave, pétala... violência inútil e tardia. inútil. tardia... e o título para a lua era “a insustentável leveza, beleza... do ser”. tu fitas as mãos dela... a segura em teus olhos e diz: uma matrioska, matriosca, matrioshka, Matriochka, matrioschka ou Matryoshka , матрёшка ou матрешка. Caibas em ti... "Werde der du bist."