quinta-feira, dezembro 06, 2007

just wondering...


e nisso tudo que ainda assola a alma humana,/
eu me descubro./
em cada boato, em cada mentira, em cada vontade,/
em cada dia de ira,/
na verdade de poucos,/
no frio, nos beijos, no que não foi.../
em cada passo seu./
vou.../
nos sons, nas viagens, nas almas que tenho/
e me perco./
I just don’t play games./
eu não permaneço./ me refaço./

luto na batalha final contra meu desejo e não sei quem vencerá a guerra./
sou minhas presentes circunstâncias,/
a mulher/
as mudanças de ventos que me vestem de tentativas./

planto e colho erros/
a chuva rega as mudas do aprendizado,/
e os frutos virão todos, podres ou viçosos.../

enquanto choro/
embebedo-me de vida/
e tudo mais passa;/
como tem que ser./
abro os olhos para o sono que mereço/
anjos me abraçam/
os sonhos reinam/
e já é outro dia.

sexta-feira, novembro 30, 2007

the mirror


O melhor de mim é o outro que tenho.
Não por humildade ou modéstia,
é um outro de mim.
As partes que junto, que colo...
remonto e desmonto...
Meus todos que são um,
não por todos,
não por um.
Desencontros entrelaçados
dos anseios que guardo
nas tantas de mim.

Sombras e luzes que dançam
em meus espaços e cores.

As minhas faltas.

Porque sei que só sou cheia
quando algo mingua.
Não são fases.
É eu mesma:
muitas,
todas,
Insuficientemente
EU.

Me descabendo e me construindo,

me encontrando nas oscilações da vida.
No tempo dos homens,
que não é meu.

Eu me participo do que às vezes sou.
Nem sempre sei do que se trata.
Entre ser e estar
sou o coringa.
Entre ir e ficar
sou a vontade dos dois.
Eu me resgato nos erros não esquecidos.

Eu me resgato!

Desaprendo a sufocar as vistas e brinco de brindar ao meu futuro.

Quero me guardar todas para mim.
Numa caixinha pequena,
onde se guarda as grandes coisas,
as importantes e valiosas,
as inesquecíveis,
as preciosas.
Aquelas que passam de mãe para filha.
Todas,
aquelas,
outras,
eu...
a que quero te dar.

segunda-feira, novembro 19, 2007

sunrise


Juntava todos os cacos,
pedaços de mim.
A morte acenava
durante o sono sagrado dos pássaros.
Mãos atadas ao tempo,
olhos luzindo.
Na escassez do breu
os gritos se misturavam
à neblina da vida.
A mudez secou as palavras
quando o sol nasceu naquele dia.

quarta-feira, setembro 19, 2007

a quoi ça sert l'amour?

(piegas, amigo Arapiraca, mas fazer o quê? Como vc mesmo disse: c'est la vie!!! - o título é em sua homenagem ;-) )



Leve como o espírito de uma criança é teu beijo.
Em teus braços o tempo pára e nada mais vejo.
Os temores se vão, ficando somente as surpresas,
descobertas e assombros de uma SAUDADE-certeza.
Fecho e abro meus olhos por vezes
e tu ainda estas aqui.
Trazes nas mãos um convite para amar.
Ao ver-te deitado em meu colo,
ensinando-me a sorrir,
digo sim
sem escolhas.
Não explico, não entendo,
sinto e vou...
Deixo-me levar pelo suave amor que principia.
Não sei dessas forças,
da metafísica,
de outras vidas
ou do acaso,
sei de um encontro,
uma distância percorrida,
uma viagem a Paris,
vinte e um casos de amor
e uma canção – “as time goes by” .

Vejam o vídeo:

segunda-feira, setembro 17, 2007


Carrego comigo um pedido de desculpas/ desconheço seu peso/ desconheço o tamanho/ reconheço a culpa/ as palavras não ditas/ o abraço guardado/ o silêncio ofensivo/ lágrimas não choradas/ o que ficou perdido./ E o que é o tempo para o passado, senão lembranças escolhidas?/ Construiria um novo pretérito, com menos erros e instinto./ Mas já não posso./ É a verdade!/ Então peço perdão de olhos-nos-olhos,/ uma resposta de sim ou de não./ Imploro seu amor de volta/ uma chance, não uma absolvição./ Minha pena é amá-la para sempre/ mesmo que seja por cem anos de solidão.

terça-feira, setembro 11, 2007

sick of it!


As unhas quebradas diziam tudo. Paredes, quadros e vidros arranhados. A pele precisava se eriçar, ela dizia. Na falta da sensibilidade alheia o silêncio dizia toda a verdade. Agora, os dedos sangram, não há dor, só o vermelho da alma, lindo, sedento e forte, mas macambúzio. Lembrou-se do olhar guardado numa caixa empoeirada largada no sótão, junto com as lágrimas que sobraram de um suposto amor esquecido. A boca seca e quente comia morangos, pensativa, mordia cada pedaço levemente e a sede sorria irônica para aqueles sabores. Um homem caminhava em sua mente. Passos trôpegos, calado, era cego, leia-se: limitado para amar e ser amado. Estacionado em um cérebro atrofiado pelo medo e pela vaidade expressos na mediocridade de suas "qualqueres" atitudes, a ausência de uma certeza que fosse era o que ele mais tinha. Uma composição de covardia, completa. Mudo. Sem reação à perda ou à busca. Caricatura humana que não aprendeu a prática dos sentimentos básicos da espécie. A que se prende? Desconhece a liberdade de se voar com os pés nas calçadas cheias das gentes. Está preso a si mesmo, desde que nasceu! Pena! É esse o resumo de sua dignidade. Um pavor de pedras e escuro que “meninos perdidos” não têm. Talvez ela pudesse entender. Mas o desencontro de sobrancelhas persistiu: Medo de sofrer? De amar? Vá lá! De ser feliz? Desconheço esta ignorância, ela pensava. Por isso tinha a asa quebrada pela inefável vontade de acreditar em seu desejo. Capengava entre possibilidades num otimismo ridículo dos bêbados apaixonados que fantasiam esperanças pretéritas. Já não faz morada na solidão. E aquele mesmo homem insistia em ligar aos domingos, naquelas meias-noites que ela fazia no escuro do quarto, entre um pouco de sono e o muito pensamento. Sua caneta já está vacina contra o vírus daquelas falsas desculpas. Ela lhe disse: -Olhe-se no espelho, pequeno Dorian, e grite suas fúrias contra o tempo, pode ser que você o veja passando por lá.

terça-feira, agosto 28, 2007

Journal I


Naquele dia no bar, eles não foram de encontro marcado. Entre amigos chegaram, entre eles ficaram e assim se reconheceram.

Sentada, delicada, junto ao balcão, ela sorria segurando sua água mineral. Ele se sentou ao seu lado, pediu uma vodka importada e decidiu naquela hora se abrir, mostrar seu lado nu, aquela verdade de sentir que seus poemas guardados delatavam pelas frestas. Era hora de falar, de se entregar sem ameaças, de romper a máscara do homem bruto, para transparecer a sensibilidade outrora escondia.

Ela, num regozijo de espanto, insistiu ser surpreendente desejá-la daquela maneira. Abriu seu caderno vermelho, dizendo que um dia o amor imperfeito tocara seu coração. Leu algumas palavras, poemas doces de uma mulher apaixonada que alguém não mereceu.

O homem suspirou por dentro, como se fosse uma chance de chegar e habitar seu mundo sozinho.

Ela se encantou. Tudo aquilo era cinematográfico. Um dom da noite, todo aquele acontecer. Tudo parecia ter um “quê” de efeito especial. Começou a se despetalar em lembranças, parando o tempo, assim, num de repente.

Ambos tropeçavam em sensações. Sem se tocar, ele não via lábios, só sentia o beijo. Ela, olhando seus olhos, o abraçava por dentro. A música alta, era como se não tocasse ali. Havia um silêncio de confissão entre eles, só suas vozes se propagavam naquele espaço.

Foi aí que tudo aconteceu. Ela sorriu aquele sorriso que só as mulheres têm, aquele que fala, que diz tudo, mas que normalmente não se entende nada. Arrumou seu cabelo com uma nota de sensualidade e singeleza, espalhando seu perfume amadeirado pelo resto do ar que não cheirava a cigarro.

Ele, sentindo um calafrio em cada veia, respirou aquilo tudo, ajeitou-se no balcão e aconteceu. A vodka arranhou a garganta quando num olhar de culpa ela se fez entender: sorrindo, baixou os olhos, beijou o rosto dele e se despediu olhando para trás.

Foi um momento mágico. Entre confissões e idéias abusadas tudo ficou como estava. Ele vestiu sua dignidade, tomou mais um gole e riu de si mesmo, como era a praxe para os corações quebrados da noite.

E ela, foi dançar a dança da solidão com mais um amor guardado no bolso, nas páginas de seu caderno vermelho.

Ele ainda teve tempo para uma reflexão, lembrando as palavras de Guadalupe: “No momento do NÂO, o que sempre acreditamos ser um câncer de cotovelo, sete dias depois, não passa de um “ tumorzinho” benigno capaz de ser extirpado com um simples cortador de unhas, enquanto cortamos as unhas dos pés e refletimos sobre os mistérios da patologia do amor.”

segunda-feira, julho 02, 2007

at the capital



um reencontro,
sorrisos,
mais que palavras,
misturar de sentidos.
minha saudade veio te ver
com a sinceridade do tempo,
para dizer que
a vida agora é adulta,
que nosso tempo passou.
bastou um toque e o cheiro,
um abraço,
e a moral caminhou
entre a carne e o desejo.
o tempo chegou,
fazendo seu julgamento.
sentenciados, fomos...
e ficamos sós, parados,
nos rindo.

quarta-feira, maio 30, 2007

missed kiss


No escuro do espelho
as luzes se cruzam
refletindo anseios
de olhos cegos e imundos.

Vou me descabendo em palavras.
Construo novas lágrimas,
desfazendo pensamentos.
Ataco a raiz da vontade
esfacelando meus sonhos e desejos.

Questiono o que há mais a sentir?
se tudo que me sobrou sentir
já não mais sinto ou vejo.

domingo, maio 20, 2007

oops!


A menina hoje tá cansada.
Escreveu... escreveu...
Só chuva de papel.

A menina hoje tá chorosa.
Sonhou... sonhou...
E caiu da cama!

Essa menina, tá cheia de mania.
Grita, beija, abraça e corre.
É a TPM da vida.

Paula hoje está guardada.
Dobrou... dobrou e se escondeu...
Fechou os olhos e não dormiu.

As meninas hoje estão voando
nas possibilidades,
cheias de vontades,
brincando de mentiras e verdades...
Acho que é essa tal realidade!!!



terça-feira, abril 03, 2007

Para sempre Miss Fog - JuBrina


Quem me dera ser tão significado para a palavra...


Diga: etc... etc...
Leia-se: está doendo!
Veja: can’t fight what I see.
Ouça: chorando... chorando...
Cheire: minha alma fala assim (dois pontos e travessão)
Sinta: Já não estou mais aqui.

domingo, março 18, 2007

outro plano

( Este texto veio das palavras de um grande e doce amigo, espero que gostem! Leiam e comentem!!!)

Cai em mim a chuva,

a dor partida,

cerrante, lasciva.

A dor bate à porta

e caio genuflexo perante a vida.

Escorre o sangue que o mal bebe

e se esvai a ferida.

Ela mora no cais da morte

que não é contrária à vida.

Recompõe o caminho

percorrendo as trilhas dos descaminhos.

Bate à porta a dor que sente

não descrê que há feridas.

Range as dores dos inocentes

cegos ardentes são os feridos.

Dá a mão a quem lhe pede

a lágrima de cada dia.

quinta-feira, março 08, 2007

el cantante mudo


no breu de um canto da noite / a guitarra, sua melhor companhia/ dissimula seus pensamentos em notas enforcadas/ na melodia das cordas tocadas/ no vazio das pessoas sorrindo desconhecidas./ ignora sua sombra para fugir de si mesmo,/ curva o olhar para quem o é constante./ desvia seu norte para o desencontro da sorte./ mais uma fuga baldada que se inicia./ vai e sorri estrelas que não tem./ cria armadilhas óbvias/ finjo padecer para seu regozijo.../ a satisfação é muda./ quão inerte é seu desejo?/ não imprime atitudes, propósitos ou lágrimas./Censurável!!!/ já que tão soberbo reflete/ o descompromisso com a humildade/ em seu celeiro de desmundos.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

linha do tempo


Tempo-reposta;
meu atraso é constante.
Se me adianto,
fecha-me as portas.

Sempre me olhas de frente ou distante.
Nunca me dá as costas.
sorrindo irônico
de minha imprudência incessante.

Tempo, tuas palavras
Provocam as “horas”...
Tudo é agora,
partes e demoras,
ou simplesmente vai-te embora.
Sem pestanejar, me ignora.

Tempo! Tempo!
Por que és tão indiferente a mim?
Sou menina crescendo
a fazer-te companhia.
Agulha para tua linha,
nessa costura infinita

que é a vida.