quarta-feira, novembro 30, 2005

Passarinho-verde-pensamento



Passarinho-verde-pensamento veio me ver.
Pousou no meu nariz, fazendo sorrisos se abrirem...

Brincou... Brincou...
Contei para ele das estrelinhas pisca-pisca.
Fez cosquinhas no meu coração, depois...???
Depois voou... voou...

Nininha se lembrou dos verdes funebrilhos
Por culpa dos quais a tia ralhara com ela no outro dia.

Fez pingo de sal com doçura que vem dos olhos...

domingo, novembro 27, 2005

Ainda me corto


Mente cretina!
Pensa que as flores estão mortas.
Reside num sofrimento parnasiano...
O que são as formas, senão ventos?
Tudo se desfalesse.
O tempo escoa a vida que se preza ou não.
Que contramão é a existência.
Por que existe a palavra eterno?
Não há sentido na eternidade.
Onde começa e onde termina?
Parece pronome indefinido.
Meu para sempre é o encetar diário de um dia após o outro.
Tudo é tédio.
Tédio é constante matemática.
Matemática é exatidão de mundo,
Que não existe...
O que faço?
Não sei se desfaleço ou se me refaço.
"Não sei... não sei...
Não sei se fico ou se passo."

quarta-feira, novembro 23, 2005

dias bons...


Dias de chuva... de coisas resolvidas... vozes que me completam... visões que fazem me entender! Amor suave... meu... doce... Bons dias esses! Sonhos e verdades se perfazem no meu mundo de sensações... Meu chão volta e se reconstrói a cada dia... Já sinto as nuvens de novo e a chuva cai açucarada. Meu sorriso já parece bala delícia. Coisas belas e sujas me cercam, mas ainda vejo o lado bom do meu puro otimismo de querer o bem à minha volta... Estou feliz e voltarei a sonhar com olhos de Nininha em breve... "Jabuticaba de vem me ver..."

terça-feira, novembro 15, 2005

Ausência

Ela voltou! Disse que para casa, mas ainda parecia sem rumo. Faltou relógio, faltou saudade, faltou memória... Sobrou lembranças... delicadas, doces, verdadeiras... Resgatadas nas músicas que ouviu no carro e no quarto com as amigas. Comeu o doce que queria e não podia: chocolate! Comeu pão de queijo e bolo de limão. Riu muito. Sorriu... e elogiaram-na, bem como seu sorriso. Achou engraçado... e o rubor em sua face se fez como sempre... Nunca acredita nesse seu pequeno encanto. Será que alguém vai saber o quanto ela pensa com seu coração? Tentava deixar seu agir contrariar seu desejo, agora que não o fez, a resposta que se pôs foram as lembranças antes bem-vindas e lindas, agora afiadas e cortantes como um tentar podar galhos grossos de roseiras rubras e chá. Já lhe falta o prazer do olfato, pois que se esqueceu do cheiro do carinho de um cuidar dela... Ficou cega para o mundo de encontar pessoas possíveis e de se perceber de novo sem aquela falta que agora parecia ser parte sua, como carne e fibra. Desaprendeu a sorrir, ela acha. Não é tristeza, é vazio em excesso, falta... é ausência que transborda seu abraçar...


Ausencia
(Pablo Neruda)


"Apenas te he dejado,
vas en mí, cristalino
o tembloroso,
o inquieto, herido por mí misma
o colmado de amor, como cuando tus ojos
se cierran sobre el don de la vida
que sin cesar me entregas.

Amor mío,
nos hemos encontrado
sedientos y nos hemos
bebido toda el agua y la sangre,
nos encontramos
con hambre
y nos mordimos
como el fuego muerde,
dejándonos heridas.

Pero espérame,
guárdame tu dulzura.
Yo te daré también
una rosa. "

e um girassol... pq é uma paixão minha.

domingo, novembro 06, 2005


Voa que te faz bem!
Chora o quanto lhe convém,
Grita quando for vontade que vem do nada.
Ouve tuas músicas, sim, que são tuas por paixão,
Que por teus ouvidos tentam regalar-te teu infante coração.
Não te cabes mais tanta angústia... Essa ânsia de visita.
Esse cheiro de lembrança que não se dissipa.
O gosto que as flores ainda têm com o som de suas cores,
Que pintam teu céu, dão vida àquelas palavras 'inda não ditas.
Guarda todas elas em tua caixa de carinho...
Não tranque-a,
Que o momento do porvir bem-vindo
Chegará montado num doce crepúsculo
E lhe trará uma vela acesa com essência doce de canela
E beijará tua face como pétalas de flores ou plumas
Num suave e melindroso vai-e-vem
Que tocará seus lábios com a gentileza
De dois lóbulos de uma flor labiada.

sexta-feira, novembro 04, 2005

Seu nome...

A brisa osculou meu pescoço,
O vento subiu beijando minha boca,
A chuva caiu em mim como se me abraçasse,
O sol aqueceu meu coração,
As sementes das flores fecundaram meu vazio, As correntes da cachoeira adoçaram minhas lágrimas,
A lua dormiu comigo e a noite me ninou com seu orvalho,
As estrelas sorriam e piscavam seu nome em sinais telegráficos.