segunda-feira, janeiro 30, 2006


são dois poetas tortos.
suspiro e vela
pés e boca

estão dois poetas torpes.
"fina fera, magro bicho"
suaves e brutos de fome e sede de amar,
de pensamentos guardados no submundo desejo;
insanidade de pele.

vejo dois poetas loucos.
que se perdem e sorriem;
fazem o colorido universo do dia ser
gargalhada irônica e pífia
do RIDÍCULO que é essa besta vida.

penso que eles não existem!

sábado, janeiro 28, 2006

sorriso pintado


queria guardar meu segredo que te quero. é você quem nada esse meu oceano de confidencialidades. quando vejo seu rastro, pelo perfume que deixa em toda brisa de lembrança... inebriante sou eu nesse perder ganhar de sensasões e desejos. seu olhar é dentro-e-fora, acende o breu do vazio que cultivo, devora o vácuo e ateia as centelhas do que fora deixado para trás... não tenho mais paradeiro do amor que não vai passar. paradeiro para todo o meu desejo de junto a você me querdar.

E de tudo ficou...

um sorriso pintado, neblina espessa, eu embriagada e você por inteiro na minha cabeça.

sábado, janeiro 21, 2006

hello stranger!

Beijos insípidos. Flores escuras e silentes, taciturnas e siberianas. Não há espaço para querer. Paixão é espécie extinta para o coração torto. Não é torpeza. Amor é passeio onírico há muito... Toques não eriçam a pele. Aromas agridem o humor. Formas cegam o tato e o desejo, frustrado. Lascívia perdida. O belo não excita, o desejável não atrai. Enleios... enleios... Cabe no eterno tropeço que faz nos cantos dos pássaros. No cessar bater asas de um beija-flor. Dissipar de olhares para a lua. Já não sente a luz do luar. O passado é o imperfeito mais que perfeito segredo da dor amada que tenho. Quebrei a minha asa. Adoeci de mudez crônica.

Meus amores transitaram em julgado no foro dos apaixonados. Todas as sentenças foram condenatórias, nenhuma absolvição

“hello, stranger!?!”

I wish to be disarming…. to him, sometime…





"Come up to meet ya, tell you I'm sorry
You don't know how lovely you are
I had to find you, tell you I need ya
And tell you I set you apart
Tell me your secrets, and nurse me your questions
Oh let's go back to the start
Running in circles, coming in tails
Heads on a science apart
Nobody said it was easy
It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard
Oh take me back to the start
I was just guessing at numbers and figures
Pulling the puzzles apart.
Questions of science, science and progress
Don't speak as loud as my heart.
Tell me you love me, and come back and haunt me,
Oh, when I rush to the start
Running in circles, chasing tailscoming back as we are.
Nobody said it was easy
It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy.
No one ever said it would be so hard
I'm going back to the start."

Coldplay


segunda-feira, janeiro 09, 2006

O Judeu e a Jornalista


Mundo... mundos... tantos e desencontrados.

Amor é coisa obtusa.

Opostos!
Correnteza e margem.
Sedentos,
numa louca libido.
Composição lasciva. Paixão lúbrica.
O que separa esse céu e esse mar,
senão um vento inconstante,
que não rompe o refletir de seus olhos
embriagados de um entender quase que tardio,
inelutável de querer um ao outro.

Como Deus e Lúcifer... se equilibram, contudo... ... ...

Chuva e costa... feitos de pequenas partes
num agregar que forma um só coletivo,

substância, essência, motivo...

Eles dependuraram seu entendimento,
a possível trégua,
num quaradouro e
se esqueceram.

Usam como roupa e acessórios a vaidade e o ar pedante.

Dançam valsas regadas a vinho...
Dormem noites banhadas a ferormônios...
São sexo! Briga!
Um por todos e um... casal!
Incompreendidos e consolados pela perdição dos mesmos.

O judeu e a jornalista...
Amor hermético, perfumado, depravado.

Lua crescente com gosto de plenilúnio.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Hoje fui rima pobre...




Esse cardíaco!Não me dá sossego.
Vive escalando o vento e pulando as ondas do som... nada escuta de mim.
Faz seu rumo em MEU olhar; que de tão perdido se deixa levar.
Tudo que queria era por vez uma que fosse, o dominar.
Mas essa força de vida não cabe no meu cabresto, não tem freio para eu puxar.
É assim, essa coisa que não se explica, que colho sem plantar.
Vem das rosas-dos-ventos das gentes que me encantam sem eu premeditar.
É um tocar sutil,
vem sorrateiro e que num de repente catalisa as sensações.
Os calafrios, o suor, a pulsação, um ritmo humano, MEU...
É poço que incita meus augúrios,
cada pensamento é moeda jogada na água rubra,
límpida e suja que adentra
esse lar de Nhinhinhas, Medéias, Morganas,
Fátimas, Léias, e Paulas...
meninas e mulheres...
deusas...
seres,

EU!

Tenho um amigo que se chama Louraidan...


Termino o ano com amor, muitão, o meu, e de Riobaldo e Diadorim. Toleima. Amor igual de Maria Deodorina da Fé Bettancourt Marins: tem. “Um sentir é o do sentente, mas o outro é do sentidor”.

Nem sei explicar essas coisas.“Muita coisa importante falta nome”. Grande Sertão: Veredas. João Rosa, eu não sei por que nome chamar, eu exclamo me doendo: _ “Meu amor!”. Amor de jagunço, ribanceiro, ribeirinho, largo rio. Homem chora, sim, Riobaldo. “Viver é muito perigoso; e não é não”.

“O sertão é o sozinho”, está dentro de mim, você, meu manoelzinho-da-croa. “O manuelzinho não é mesmo de todos o passarinho mais lindo de mais amor?”. E é assim, e de repente. E de repente eu estou gostando, "num descomum (...) com meu coração nos pés, por pisável; o tempo todo eu tinha gostado. Amor(...)”.

Aqui a estória não acaba. Nonada.

(Nadiaruol)