domingo, março 18, 2007

outro plano

( Este texto veio das palavras de um grande e doce amigo, espero que gostem! Leiam e comentem!!!)

Cai em mim a chuva,

a dor partida,

cerrante, lasciva.

A dor bate à porta

e caio genuflexo perante a vida.

Escorre o sangue que o mal bebe

e se esvai a ferida.

Ela mora no cais da morte

que não é contrária à vida.

Recompõe o caminho

percorrendo as trilhas dos descaminhos.

Bate à porta a dor que sente

não descrê que há feridas.

Range as dores dos inocentes

cegos ardentes são os feridos.

Dá a mão a quem lhe pede

a lágrima de cada dia.

quinta-feira, março 08, 2007

el cantante mudo


no breu de um canto da noite / a guitarra, sua melhor companhia/ dissimula seus pensamentos em notas enforcadas/ na melodia das cordas tocadas/ no vazio das pessoas sorrindo desconhecidas./ ignora sua sombra para fugir de si mesmo,/ curva o olhar para quem o é constante./ desvia seu norte para o desencontro da sorte./ mais uma fuga baldada que se inicia./ vai e sorri estrelas que não tem./ cria armadilhas óbvias/ finjo padecer para seu regozijo.../ a satisfação é muda./ quão inerte é seu desejo?/ não imprime atitudes, propósitos ou lágrimas./Censurável!!!/ já que tão soberbo reflete/ o descompromisso com a humildade/ em seu celeiro de desmundos.