quarta-feira, setembro 19, 2007

a quoi ça sert l'amour?

(piegas, amigo Arapiraca, mas fazer o quê? Como vc mesmo disse: c'est la vie!!! - o título é em sua homenagem ;-) )



Leve como o espírito de uma criança é teu beijo.
Em teus braços o tempo pára e nada mais vejo.
Os temores se vão, ficando somente as surpresas,
descobertas e assombros de uma SAUDADE-certeza.
Fecho e abro meus olhos por vezes
e tu ainda estas aqui.
Trazes nas mãos um convite para amar.
Ao ver-te deitado em meu colo,
ensinando-me a sorrir,
digo sim
sem escolhas.
Não explico, não entendo,
sinto e vou...
Deixo-me levar pelo suave amor que principia.
Não sei dessas forças,
da metafísica,
de outras vidas
ou do acaso,
sei de um encontro,
uma distância percorrida,
uma viagem a Paris,
vinte e um casos de amor
e uma canção – “as time goes by” .

Vejam o vídeo:

segunda-feira, setembro 17, 2007


Carrego comigo um pedido de desculpas/ desconheço seu peso/ desconheço o tamanho/ reconheço a culpa/ as palavras não ditas/ o abraço guardado/ o silêncio ofensivo/ lágrimas não choradas/ o que ficou perdido./ E o que é o tempo para o passado, senão lembranças escolhidas?/ Construiria um novo pretérito, com menos erros e instinto./ Mas já não posso./ É a verdade!/ Então peço perdão de olhos-nos-olhos,/ uma resposta de sim ou de não./ Imploro seu amor de volta/ uma chance, não uma absolvição./ Minha pena é amá-la para sempre/ mesmo que seja por cem anos de solidão.

terça-feira, setembro 11, 2007

sick of it!


As unhas quebradas diziam tudo. Paredes, quadros e vidros arranhados. A pele precisava se eriçar, ela dizia. Na falta da sensibilidade alheia o silêncio dizia toda a verdade. Agora, os dedos sangram, não há dor, só o vermelho da alma, lindo, sedento e forte, mas macambúzio. Lembrou-se do olhar guardado numa caixa empoeirada largada no sótão, junto com as lágrimas que sobraram de um suposto amor esquecido. A boca seca e quente comia morangos, pensativa, mordia cada pedaço levemente e a sede sorria irônica para aqueles sabores. Um homem caminhava em sua mente. Passos trôpegos, calado, era cego, leia-se: limitado para amar e ser amado. Estacionado em um cérebro atrofiado pelo medo e pela vaidade expressos na mediocridade de suas "qualqueres" atitudes, a ausência de uma certeza que fosse era o que ele mais tinha. Uma composição de covardia, completa. Mudo. Sem reação à perda ou à busca. Caricatura humana que não aprendeu a prática dos sentimentos básicos da espécie. A que se prende? Desconhece a liberdade de se voar com os pés nas calçadas cheias das gentes. Está preso a si mesmo, desde que nasceu! Pena! É esse o resumo de sua dignidade. Um pavor de pedras e escuro que “meninos perdidos” não têm. Talvez ela pudesse entender. Mas o desencontro de sobrancelhas persistiu: Medo de sofrer? De amar? Vá lá! De ser feliz? Desconheço esta ignorância, ela pensava. Por isso tinha a asa quebrada pela inefável vontade de acreditar em seu desejo. Capengava entre possibilidades num otimismo ridículo dos bêbados apaixonados que fantasiam esperanças pretéritas. Já não faz morada na solidão. E aquele mesmo homem insistia em ligar aos domingos, naquelas meias-noites que ela fazia no escuro do quarto, entre um pouco de sono e o muito pensamento. Sua caneta já está vacina contra o vírus daquelas falsas desculpas. Ela lhe disse: -Olhe-se no espelho, pequeno Dorian, e grite suas fúrias contra o tempo, pode ser que você o veja passando por lá.