sexta-feira, novembro 30, 2007

the mirror


O melhor de mim é o outro que tenho.
Não por humildade ou modéstia,
é um outro de mim.
As partes que junto, que colo...
remonto e desmonto...
Meus todos que são um,
não por todos,
não por um.
Desencontros entrelaçados
dos anseios que guardo
nas tantas de mim.

Sombras e luzes que dançam
em meus espaços e cores.

As minhas faltas.

Porque sei que só sou cheia
quando algo mingua.
Não são fases.
É eu mesma:
muitas,
todas,
Insuficientemente
EU.

Me descabendo e me construindo,

me encontrando nas oscilações da vida.
No tempo dos homens,
que não é meu.

Eu me participo do que às vezes sou.
Nem sempre sei do que se trata.
Entre ser e estar
sou o coringa.
Entre ir e ficar
sou a vontade dos dois.
Eu me resgato nos erros não esquecidos.

Eu me resgato!

Desaprendo a sufocar as vistas e brinco de brindar ao meu futuro.

Quero me guardar todas para mim.
Numa caixinha pequena,
onde se guarda as grandes coisas,
as importantes e valiosas,
as inesquecíveis,
as preciosas.
Aquelas que passam de mãe para filha.
Todas,
aquelas,
outras,
eu...
a que quero te dar.

segunda-feira, novembro 19, 2007

sunrise


Juntava todos os cacos,
pedaços de mim.
A morte acenava
durante o sono sagrado dos pássaros.
Mãos atadas ao tempo,
olhos luzindo.
Na escassez do breu
os gritos se misturavam
à neblina da vida.
A mudez secou as palavras
quando o sol nasceu naquele dia.