Cai em mim a chuva,
a dor partida,
cerrante, lasciva.
A dor bate à porta
e caio genuflexo perante a vida.
Escorre o sangue que o mal bebe
e se esvai a ferida.
Ela mora no cais da morte
que não é contrária à vida.
Recompõe o caminho
percorrendo as trilhas dos descaminhos.
Bate à porta a dor que sente
não descrê que há feridas.
Range as dores dos inocentes
cegos ardentes são os feridos.
Dá a mão a quem lhe pede
a lágrima de cada dia.