sexta-feira, junho 30, 2006
para Josie...
Jogar-se na vida como se respirar fosse o ar mais lancinante... Ajoelhar-se perante a surpresa do inesperado... Juntar o que sobrou do dia, lembranças e sorrisos guardados no bolso e nas fotografias. Em Júpiter buscar suas luas e cores para enfeitar sua alma. Jujubas de muitos e todos os sabores para alimentar seus sonhos. Ser Jornalista, para descobrir o mundo com a visão e a palavra, fazendo marketing com o olhar que se foi, mas que não se esquece. Jejuar de tristeza, porque as lágrimas não regam os frutos das boas memórias. Jorrar de júbilo pela experiência de conviver com a pessoa que se vai e fica... Porque no fim as pessoas queridas são as eternas... Publicidade dos anjos...
sábado, junho 24, 2006
Lacyr Schettino
O ESPELHO DA MORTA
de lacyr schettino
É o espelho quebrado do quarto da morta!
É o espelho partido, sem face nem música!
No quarto da morta desdobra-se em ecos
o eco enrolado das teias de aranha,
de escuras aranhas tecendo, tecendo...
No espelho quebrado, num canto mais luz.
Dançam as geladas "echarpes" de vela e de espuma,
com que a morta, em meneios, dançava, dançava...
Lá fora orvalho badala nas úmidas plantas
e o luar tão neve - mais frio e mais branco que os dedos da morta -
repassa um harpejo que rola em desmaio no espelho sem dona!
É o espelho partido! Refletiu mil faces!
Mil vidas da morta desfilaram nele.
Enrolado em sombra, esgarça a lembrança
da que foi-s'embora com pecado e tudo;
da que foi mulher e hoje é anjo sem rosto
da que teve beijos e hoje tem silêncio;
da que teve sedas e hoje tem aranhas,
peludas aranhas rasgando a penumbra,
no terar do tempo tecendo, tecendo
um fio encorpado de poeira da noite.
de lacyr schettino
É o espelho quebrado do quarto da morta!
É o espelho partido, sem face nem música!
No quarto da morta desdobra-se em ecos
o eco enrolado das teias de aranha,
de escuras aranhas tecendo, tecendo...
No espelho quebrado, num canto mais luz.
Dançam as geladas "echarpes" de vela e de espuma,
com que a morta, em meneios, dançava, dançava...
Lá fora orvalho badala nas úmidas plantas
e o luar tão neve - mais frio e mais branco que os dedos da morta -
repassa um harpejo que rola em desmaio no espelho sem dona!
É o espelho partido! Refletiu mil faces!
Mil vidas da morta desfilaram nele.
Enrolado em sombra, esgarça a lembrança
da que foi-s'embora com pecado e tudo;
da que foi mulher e hoje é anjo sem rosto
da que teve beijos e hoje tem silêncio;
da que teve sedas e hoje tem aranhas,
peludas aranhas rasgando a penumbra,
no terar do tempo tecendo, tecendo
um fio encorpado de poeira da noite.
segunda-feira, junho 19, 2006
inspiração
Hoje o nascer do sol veio enevoado
Era a bruma das lembranças que não nos demos.
Lembranças do amor que não queria se findar.
Ícaro de pretensões não fostes, mas funestas foram as conseqüências
Ofuscante orgulho que cegou o perdão possível.
Acusamo-nos faca e corte.
Perdemo-nos ardor e sede.
Desencontramo-nos boca e pele.
Busco seu inconsciente de me amar,
Para numa outrora da vida nos reENCONTRARmos...
domingo, junho 18, 2006
passarinho quero-quero
Conjugando o me, mim, comigo
fiz um resto de oração.
Juntei teu te, ti, contigo
Pra que tu conhecesses
o que em mim é vão.
Tu és minha exatidão.
Onde vai dar um grande amor
senão nos mimos e caprichos
das lembranças que viram canção?
Meu coração veio cantando baixinho
querendo fazer ninho
nesse jardim de paixão.
Esse meu eu passarinho
quer tocar o teu sozinho
e com as plumas do carinho
quer pedir a tua mão.
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