sábado, julho 29, 2006


Quando elevas teu sorriso
à extensão de tua boca,
perco-me dos rumos,
devaneio,
e rasgo meus poemas.

Quando elevas teu sorriso
à extensão de tua boca,
a luz nutre-se de ti,
e me embriago nas lágrimas
de minhas esperanças ridículas.

Quando elevas teu sorriso
à extensão de tua boca,
vivo e morro.
Vivo a realidade e
faleço no que é onírico...

quinta-feira, julho 20, 2006

Rua Paulo Frontin

(para Marie- friends 4ever!)

Na dobradura dos primeiros
barcos de papel,
brincávamos de fazer sonhos...
éramos médicas, advogadas,
mas antes fomos professoras e bailarinas.
crianças ainda...
no lúdico mundo
daquela inocência.

Depois os lápis...
todos de cor...
muitas cores para riscar
e rabiscar os caminhos,
desenhando os nossos,
nunca sabidos.

Os barcos,
deixamos nas enxurradas
das chuvas de domingo,
e se foram...
dentre as pedras
de nossa rua.
E eles se foram,
muitos...

Os lápis de cor,
viraram aquarela,
pintando nossos sorrisos,
os abraços
e os carinhos.

Os caminhos?
Começaram com os lápis,
os barcos,
mas não sabemos
ainda
onde se findam.

domingo, julho 16, 2006

Declaração



(para minha grande amiga Paula Bicalho)

Declaro minha transitoriedade a quem interessar./ Pois é fato que as pessoas decoram as vidas das outras temporariamente./ Não há plenitude no mundo, mesmo que justificando nossos atos./ Porque as pessoas fazem o que fazem para sempre serem amadas um pouco mais./ Somos todos possuidores do momento, porque nós o criamos./ E o que nos ofende é sermos vistos no olhar alheio, pelas frestas dos outros.

sexta-feira, julho 14, 2006

de repente... aquele doce-amargo gosto de ter você / vento leve, paladar ríspido/ paixão partida, rachada, perdida... / coração enxovalhado de você / mancha, cicatriz de desabafo / lavado e encardido / só se acaba quando o tempo se despir de você!

sábado, julho 08, 2006




Coisa mais sexy que há é uma mulher tocando violoncelo.
Aquele abraçar forte entre as pernas
e o suave encantar das mãos no tocar da melodia.
O inverso de si mesma.
Como se fosse o espelho da outra.
Brisa leve que corta a espinha
ao deslizar a lágrima pálida de verdade crua
no eriçar das minhas sensações.
Trilha sonora perfeita é aquela que tem o silêncio.
Como se a morte doce fosse balas nas asas de uma borboleta.
A gente vai sofrendo o vento e soprando sei lá de quê.

quinta-feira, julho 06, 2006


rasa é minh’alma,
que tropeça nos esqueletos viperinos de seu “me esquecer”.
sou superfície,
porque seu vazio em mim é vastidão sem bem-querer.
sofrer de amor? Que imprudência! Isso já não me atinge.