a dor que me aprisiona em seus olhos veste-se “do nada”, quando meu sorriso desnuda minha alma./ pele que abraça sensações de sentir a verdade, /os pés caminham descalços pelo desconhecido do que sou./ frágeis são o céu e a terra/ quando minhas intensidades transbordam de quem não sou./ não há mapas ou sal.../ a direção é o incerto sentir./ planto sementes, colho ventos./ tenho a legitimidade das cores que sussurro/ e ainda navego sem bússola ou estrelas nos mares que buscam coragem e uma certa fé./ os santos humanos imploram a piedade do mundo./ na despedida do meu outro, sou água de nascente que nutre a caminhada errante do inesperado./ a volta é o recomeço faltante do insosso vivido na lei frágil do não ser./ minha sede insiste em palavras mudas, líquidas de amor e vida,/ alheias à mediocridade de quem dividiu o indivisível./ e ouço músicas que só o vermelho inato em mim traduz as vicissitudes do eu que desconheço e amo.