terça-feira, novembro 15, 2005

Ausência

Ela voltou! Disse que para casa, mas ainda parecia sem rumo. Faltou relógio, faltou saudade, faltou memória... Sobrou lembranças... delicadas, doces, verdadeiras... Resgatadas nas músicas que ouviu no carro e no quarto com as amigas. Comeu o doce que queria e não podia: chocolate! Comeu pão de queijo e bolo de limão. Riu muito. Sorriu... e elogiaram-na, bem como seu sorriso. Achou engraçado... e o rubor em sua face se fez como sempre... Nunca acredita nesse seu pequeno encanto. Será que alguém vai saber o quanto ela pensa com seu coração? Tentava deixar seu agir contrariar seu desejo, agora que não o fez, a resposta que se pôs foram as lembranças antes bem-vindas e lindas, agora afiadas e cortantes como um tentar podar galhos grossos de roseiras rubras e chá. Já lhe falta o prazer do olfato, pois que se esqueceu do cheiro do carinho de um cuidar dela... Ficou cega para o mundo de encontar pessoas possíveis e de se perceber de novo sem aquela falta que agora parecia ser parte sua, como carne e fibra. Desaprendeu a sorrir, ela acha. Não é tristeza, é vazio em excesso, falta... é ausência que transborda seu abraçar...


Ausencia
(Pablo Neruda)


"Apenas te he dejado,
vas en mí, cristalino
o tembloroso,
o inquieto, herido por mí misma
o colmado de amor, como cuando tus ojos
se cierran sobre el don de la vida
que sin cesar me entregas.

Amor mío,
nos hemos encontrado
sedientos y nos hemos
bebido toda el agua y la sangre,
nos encontramos
con hambre
y nos mordimos
como el fuego muerde,
dejándonos heridas.

Pero espérame,
guárdame tu dulzura.
Yo te daré también
una rosa. "

e um girassol... pq é uma paixão minha.

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