Acordei respirando chuva. Lavei meu rosto no sorriso dele, enxuguei-o no não aprender que tive, de não esquece-lo.
Ainda não aprendera a esquece-lo!
Nunca consegui deixar de vê-lo. Todo esse tempo... que corre atrás de nós e quer nos engolir...
Tentei pegar o tempo primeiro que ele a mim. Mas não tem jeito, o tempo é vento; é passarinho de faz-de-conta, não cabe na gaiola dos textos. Voa mais que imaginação de menino. Sinto falta do meu sono de criança... embalava-me doce e suave nos colos de amor verdadeiro. Não conhecia sangue de dor... era só de arranhado ou de tombo de brincadeira. Ouvia sempre dizer: “
Depois que casar sara... ou ... já passou... já passou...”
Adulto arranha-se fundo, vira corte... tem que dar pontos. E de preferência apertados. Tenho orgulho das minhas quelóides infantes... mas choro quando faço cicatrizes de gente grande... Além de feias... machucam mais. Não sei se pela ferida recente... não sei... verdade...??? acho que por falta de motivo bom. Junto com esse vão de crescer o medo parece mais cruel.
Esses dias tenho ouvido e visto sinais, resolvi chamá-los pequenos milagres. Só chegam aos olhos que quem sentiu amor. Mesmo que meu olhar lacrimeje noites sem estrelas... a lembrança de você resgata meu sorriso sempre. É uma espécie de fardo que carrego, pesado, mas não penoso. Passo o tempo pensando naquelas minhas pequenas coisas...
Temos usado a palavra saudade com muito pudor.
Queria não ter lhe deixado um vazio... Talvez haja tempo para preencher as palavras cruzadas da sua sensibilidade, obtendo as respostas certas. Sinônimos e antônimos, nomes consagrados de sua vida, os melhores filmes, as comidas preferidas, os cheiros mais familiares, suas identidades e mais... seus sonhos.
Dou a você meu colo e uma caneta. Quando quiser, lhe ajudo a escrever e a decifrar seus segredos.
Je vous bercerai et vous donnerai un stylo. Si vous le sonhaitez je peux vous aider à écrire et à dechiffrer vos secrets...
Al Otro Lado del RíoJorge Drexler
"Clavo mi remo en el agua Llevo tu remo en el mío Creo que he visto una luz al otro lado del ríoEl día le irá pudiendo poco a poco al frío Creo que he visto una luz al otro lado del ríoSobre todo creo que no todo está perdido Tanta lágrima, tanta lágrima y yo, soy un vaso vacíoOigo una voz que me llama casi un suspiro Rema, rema, rema-a Rema, rema, rema-aEn esta orilla del mundo lo que no es presa es baldío Creo que he visto una luz al otro lado del ríoYo muy serio voy remando muy adentro sonríoCreo que he visto una luz al otro lado del ríoSobre todo creo que no todo está perdidoTanta lágrima, tanta lágrima y yo, soy un vaso vacíoOigo una voz que me llama casi un suspiroRema, rema, rema-a Rema, rema, rema-aClavo mi remo en el agua Llevo tu remo en el míoCreo que he visto una luz al otro lado del río "