sábado, março 11, 2006


Quando pensava criança,
Libélulas eram fadas...
Maçãs, aqueles doces de amor...
Mas as histórias diziam que amor também matava.

Tinha medo de maçãs...
Especialmente as do amor.

Choro, se engolia...
Parecia remédio,
Era ruim que só vendo.
Cocada também era cascudo,
e não como a goiabada não,
doía...

Sopa era igual livro...
Tinha letrinhas e bichinhos
E todos tinham cores.
Vegetariano era parente de marciano,
Todos verdes e de outro planeta.

Frango era cocó,
Nada parecido com o parente do côco
Achava sempre que o acento tava no lugar errado.
Olho bonito era de jabuticaba,
de mel, ou da cor do céu.


E quando a mamãe mandava eu ir pra cama,
Não era castigo, não...
eu mimia e sonhava
brinquedos e passeios.

Ainda vejo fadas...

2 comentários:

Anônimo disse...

A infância é "sono de vigília".

Adorei...

Texto excelente...

Beijos,

Pedro Pizelli

Anônimo disse...

Fizeste-me lembrar os bons e simples momentos de minha terna infância.

Este poema tem cheiro, gosto e sensações de um passado remoto no tempo, instantâneo na lembrança.

Impecável!

Abraço carinhoso,

Rafoa