sábado, outubro 15, 2005
Foggy day!
Uma gérbera caminha comigo.
Um sorriso de menina fez-me levá-la.
Uma boa lembrança ou porvir momento de contentamento.
Cheguei à floricultura e pedi:
- Moça, tem gérbera?
- Pequena ou grande?
- Hum... Grande, bem grande, a maior de todas!
- De que cor?
- Rosicler...
- Qual???
- Rosicler!!!
- Não tenho dessa cor não. E só usamos gérberas para arranjos.
- Moça, gérbera é uma flor, e flores por flores cada uma em si tem seu encanto e seu "arranjo".
- Hum... Mas ainda não sei que cor é essa.
- Bem, é suave, doce, bem delicada, coisa de menina, pode ser meio cor de alguns peixes, talvez cor de romãs abertos ou de bochechas de bonecas. Só sei chamá-la rosicler.
- Hum... Acho que agora posso lhe ajudar.
A moça saiu do balcão e voltou com a gérbera, a mais rosicler de todas. A sua, que mais uma vez roubou seu sorriso e o entregou ao mundo.
Engraçado, tive a impressão de ter um Girassol...
Hoje minha alma de menina chorou.
De uma metade olhava uma gérbera murcha,
Tal que perdeu seu propósito primeiro,
Dar-me um sorriso.
Agora só derrama lágrimas por ter sua beleza abandonada.
Este mundo dos homens...
Tão complicado, tão ríspido,
Não me decifra a beleza de uma espera.
Espero...
Esperei... E a flor murchou.
Minha outra metade não ouviu meu socorro,
Não veio ao meu amparo
De criança sem aquela mão para atravessar a rua.
Era a menina novamente.
Era meu esconderijo de imagens que só ela poderia ser.
Tudo no seu íntimo é poesia, tristes ou alegres.
Com cores diversas ou com o melancólico preto e branco que sempre lhe cabe.
É natural dela quando quer...
Não importava mais, ninguém o saberia.
A menina crescia de novo,
Porque nesse tempo, crescer é ficar cega dos olhos cordiais.
Ser adulto é se armar contra o ingênuo.
As pequenas coisas.
As meras singelezas,
De uma flor e um sorriso.
As pequenas mágoas
Que fecham sua boca e tapam seus ouvidos
De menina infante... de Nininha...
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