terça-feira, fevereiro 07, 2006

Corazon Arrabalero


Desejo escrever um poema...
Linhas tortas, mas palavras inteiras.
Começo e recomeço;
Um muito, tudo fim...

Posso ser quebrada, pois que me junto.
Um dia ser sonhada, pois que me cumpro!

Toda essa solidão veste-me de lua,
Banha-me com o orvalho do outono.
Mato minha sede no vinho, tinto e encorpado
Que dividi no inverno com um “malguém”.

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A equação dessa “sozinhez” não me é desleal;
Todos os inversos são proporcionais ao deserto que me criei,
Aos desejos desse coração faminto.

Um suspiro... Não sei ser tão só, minha;
Nessa noite caída, Alejandra Pizarnik é melhor companhia.

Lembranças, as tenho
sempre no meu olhar longínquo e disperso.

Querer,
faz-se na minha saudade enamorada de um sonho...
perdido no tormento
que rompe o muro de poesia e se desnuda nas lágrimas desse coração arrabalero.

3 comentários:

Anônimo disse...

Pois então... Dois momentos num mesmo poema... Duas verdades mentidas na mesma boca, né? Ou duas bocas num mesmo segredo... que é um segredo sempre, sempre muito solitário, diga-se de passagem...Dois pontos, entre vírgulas.
Alejandra é muito bom mesmo.

Seu texto é uma constelação interessante.

Pedro Pizelli

joão alguém disse...

queria escrever um poema
nesse verso

um poema
simples
e raro

um poema
de gotas
e ar

Anônimo disse...

energia boa ao te ler... sei lá... nunca sei o que dizer... não denho esse dom de expressar o turbilhão que se sente em palavras... mas é tão confortante lê-las... ainda mais qdo é de alguém que mora no corção e é parte da história da gente....

Bjo, admiração e carinho...

Ale