quinta-feira, dezembro 29, 2005

Vai e volta...


Para alguém chamado Saudade...




Hey, That's No Way To Say Goodbye


Leonard Cohen

I loved you in the morning,
our kisses deep and warm,
your hair upon the pillow like a sleepy golden storm,
yes, many loved before us,
I know that we are not new,
in city and in forest they smiled like me and you,
but now it's come to distances and both of us must try,
your eyes are soft with sorrow,
Hey, that's no way to say goodbye.

I'm not looking for another as I wander in my time,
walk me to the corner,
our steps will always rhyme
you know my love goes with you as your love stays with me,
it's just the way it changes,
like the shoreline and the sea,
but let's not talk of love or chains and things we can't untie,
your eyes are soft with sorrow,
Hey, that's no way to say goodbye.

I loved you in the morning,
our kisses deep and warm,
your hair upon the pillow like a sleepy golden storm,
yes, many loved before us,
I know that we are not new,
in city and in forest they smiled like me and you,
but let's not talk of love or chains and things we can't untie,
your eyes are soft with sorrow,
Hey, that's no way to say goodbye.

domingo, dezembro 18, 2005


Acordei respirando chuva. Lavei meu rosto no sorriso dele, enxuguei-o no não aprender que tive, de não esquece-lo.

Ainda não aprendera a esquece-lo!

Nunca consegui deixar de vê-lo. Todo esse tempo... que corre atrás de nós e quer nos engolir...

Tentei pegar o tempo primeiro que ele a mim. Mas não tem jeito, o tempo é vento; é passarinho de faz-de-conta, não cabe na gaiola dos textos. Voa mais que imaginação de menino. Sinto falta do meu sono de criança... embalava-me doce e suave nos colos de amor verdadeiro. Não conhecia sangue de dor... era só de arranhado ou de tombo de brincadeira. Ouvia sempre dizer: “Depois que casar sara... ou ... já passou... já passou...”

Adulto arranha-se fundo, vira corte... tem que dar pontos. E de preferência apertados. Tenho orgulho das minhas quelóides infantes... mas choro quando faço cicatrizes de gente grande... Além de feias... machucam mais. Não sei se pela ferida recente... não sei... verdade...??? acho que por falta de motivo bom. Junto com esse vão de crescer o medo parece mais cruel.

Esses dias tenho ouvido e visto sinais, resolvi chamá-los pequenos milagres. Só chegam aos olhos que quem sentiu amor. Mesmo que meu olhar lacrimeje noites sem estrelas... a lembrança de você resgata meu sorriso sempre. É uma espécie de fardo que carrego, pesado, mas não penoso. Passo o tempo pensando naquelas minhas pequenas coisas...


Temos usado a palavra saudade com muito pudor.

Queria não ter lhe deixado um vazio... Talvez haja tempo para preencher as palavras cruzadas da sua sensibilidade, obtendo as respostas certas. Sinônimos e antônimos, nomes consagrados de sua vida, os melhores filmes, as comidas preferidas, os cheiros mais familiares, suas identidades e mais... seus sonhos.

Dou a você meu colo e uma caneta. Quando quiser, lhe ajudo a escrever e a decifrar seus segredos.

Je vous bercerai et vous donnerai un stylo. Si vous le sonhaitez je peux vous aider à écrire et à dechiffrer vos secrets...

Al Otro Lado del Río

Jorge Drexler

"Clavo mi remo en el agua
Llevo tu remo en el mío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
El día le irá pudiendo poco a poco al frío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
Sobre todo creo que no todo está perdido
Tanta lágrima, tanta lágrima y yo, soy un vaso vacío
Oigo una voz que me llama casi un suspiro
Rema, rema, rema-a
Rema, rema, rema-a
En esta orilla del mundo lo que no es presa es baldío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
Yo muy serio voy remando muy adentro sonrío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
Sobre todo creo que no todo está perdido
Tanta lágrima, tanta lágrima y yo, soy un vaso vacío
Oigo una voz que me llama casi un suspiro
Rema, rema, rema-a
Rema, rema, rema-a
Clavo mi remo en el agua
Llevo tu remo en el mío
Creo que he visto una luz al otro lado del río "

domingo, dezembro 11, 2005

Mostrar o que já não vejo.

Belo! Não quis olha-lo nos olhos de imediato. Fugia pelos cantos da casa. Não se escondeu. Nunca foi de fazer essas coisas. Esconder-se e dizer a si mesma se é um fantasma. Abriu o sorriso que não preparara. Deu um sincero abraço, geométrica e fisicamente planejado. Mas abraços sinceros são premeditados? Aquele foi! Até que chegou a hora de dar tchau um ao outro e deu a ele“o” sincero abraço. Um que era óbvio e inerente, contudo não poderia ser medido. Foi um abraço de adeus. Sentiu suas costas com gosto de bolo de limão e apertou- o quanto pode; os segundos de saudade que restaram. Aquele convite VIP para entrar na sua vida, ele já o tinha gasto. Ficaram assim, sem se perceberem de ontem e ouvindo novos nomes, não tão novos, porém esteticamente mais corretos para a tinta que foi gasta desta caneta.

Verdade.

Estou mais nua de poesia desde que perdi a hora de me apaixonar todo dia. O tempo não me deixa reinventar meus sentimentos. Será que perdi o tempo... ou ele se perdeu de mim? Preciso dar pernas aos meus sonhos... porque asas foi demais. “Deixa... deixa...”

quarta-feira, novembro 30, 2005

Passarinho-verde-pensamento



Passarinho-verde-pensamento veio me ver.
Pousou no meu nariz, fazendo sorrisos se abrirem...

Brincou... Brincou...
Contei para ele das estrelinhas pisca-pisca.
Fez cosquinhas no meu coração, depois...???
Depois voou... voou...

Nininha se lembrou dos verdes funebrilhos
Por culpa dos quais a tia ralhara com ela no outro dia.

Fez pingo de sal com doçura que vem dos olhos...

domingo, novembro 27, 2005

Ainda me corto


Mente cretina!
Pensa que as flores estão mortas.
Reside num sofrimento parnasiano...
O que são as formas, senão ventos?
Tudo se desfalesse.
O tempo escoa a vida que se preza ou não.
Que contramão é a existência.
Por que existe a palavra eterno?
Não há sentido na eternidade.
Onde começa e onde termina?
Parece pronome indefinido.
Meu para sempre é o encetar diário de um dia após o outro.
Tudo é tédio.
Tédio é constante matemática.
Matemática é exatidão de mundo,
Que não existe...
O que faço?
Não sei se desfaleço ou se me refaço.
"Não sei... não sei...
Não sei se fico ou se passo."

quarta-feira, novembro 23, 2005

dias bons...


Dias de chuva... de coisas resolvidas... vozes que me completam... visões que fazem me entender! Amor suave... meu... doce... Bons dias esses! Sonhos e verdades se perfazem no meu mundo de sensações... Meu chão volta e se reconstrói a cada dia... Já sinto as nuvens de novo e a chuva cai açucarada. Meu sorriso já parece bala delícia. Coisas belas e sujas me cercam, mas ainda vejo o lado bom do meu puro otimismo de querer o bem à minha volta... Estou feliz e voltarei a sonhar com olhos de Nininha em breve... "Jabuticaba de vem me ver..."

terça-feira, novembro 15, 2005

Ausência

Ela voltou! Disse que para casa, mas ainda parecia sem rumo. Faltou relógio, faltou saudade, faltou memória... Sobrou lembranças... delicadas, doces, verdadeiras... Resgatadas nas músicas que ouviu no carro e no quarto com as amigas. Comeu o doce que queria e não podia: chocolate! Comeu pão de queijo e bolo de limão. Riu muito. Sorriu... e elogiaram-na, bem como seu sorriso. Achou engraçado... e o rubor em sua face se fez como sempre... Nunca acredita nesse seu pequeno encanto. Será que alguém vai saber o quanto ela pensa com seu coração? Tentava deixar seu agir contrariar seu desejo, agora que não o fez, a resposta que se pôs foram as lembranças antes bem-vindas e lindas, agora afiadas e cortantes como um tentar podar galhos grossos de roseiras rubras e chá. Já lhe falta o prazer do olfato, pois que se esqueceu do cheiro do carinho de um cuidar dela... Ficou cega para o mundo de encontar pessoas possíveis e de se perceber de novo sem aquela falta que agora parecia ser parte sua, como carne e fibra. Desaprendeu a sorrir, ela acha. Não é tristeza, é vazio em excesso, falta... é ausência que transborda seu abraçar...


Ausencia
(Pablo Neruda)


"Apenas te he dejado,
vas en mí, cristalino
o tembloroso,
o inquieto, herido por mí misma
o colmado de amor, como cuando tus ojos
se cierran sobre el don de la vida
que sin cesar me entregas.

Amor mío,
nos hemos encontrado
sedientos y nos hemos
bebido toda el agua y la sangre,
nos encontramos
con hambre
y nos mordimos
como el fuego muerde,
dejándonos heridas.

Pero espérame,
guárdame tu dulzura.
Yo te daré también
una rosa. "

e um girassol... pq é uma paixão minha.

domingo, novembro 06, 2005


Voa que te faz bem!
Chora o quanto lhe convém,
Grita quando for vontade que vem do nada.
Ouve tuas músicas, sim, que são tuas por paixão,
Que por teus ouvidos tentam regalar-te teu infante coração.
Não te cabes mais tanta angústia... Essa ânsia de visita.
Esse cheiro de lembrança que não se dissipa.
O gosto que as flores ainda têm com o som de suas cores,
Que pintam teu céu, dão vida àquelas palavras 'inda não ditas.
Guarda todas elas em tua caixa de carinho...
Não tranque-a,
Que o momento do porvir bem-vindo
Chegará montado num doce crepúsculo
E lhe trará uma vela acesa com essência doce de canela
E beijará tua face como pétalas de flores ou plumas
Num suave e melindroso vai-e-vem
Que tocará seus lábios com a gentileza
De dois lóbulos de uma flor labiada.

sexta-feira, novembro 04, 2005

Seu nome...

A brisa osculou meu pescoço,
O vento subiu beijando minha boca,
A chuva caiu em mim como se me abraçasse,
O sol aqueceu meu coração,
As sementes das flores fecundaram meu vazio, As correntes da cachoeira adoçaram minhas lágrimas,
A lua dormiu comigo e a noite me ninou com seu orvalho,
As estrelas sorriam e piscavam seu nome em sinais telegráficos.

terça-feira, outubro 18, 2005



Hoje dei-me o prazer de sentar num café, o meu de sempre. Nesta primavera com corpo de verão. Era impossível ter meu prazer comum, um belo MOKAchino com aquele chocolate meio amargo nas bordas de uma xícara branca de cerâmica. Experimentei uma nova nuance, um Caputino Shake batido com chantily, um pecado! Gelado, bem gelado!... Um alívio para dias claros e ofuscantes de sol escaldante. A bebida se derrete dentro de mim. Que blazé me sinto! Mais um pequeno prazer que apaga o sufocar do dia rotineiro com seu tédio implícito. Ouço um bom jazz... Não vejo rostos conhecidos como em outros tempos. Era quando todos fugiam como eu do dia lá fora. Fugir, resposta simples e prática para esse hodierno cotidiano dos corações partidos e perdidos. O pior é quando se pensa que esse fugir pode, implicitamente nos levar ao tão bem quisto encontrar. Naquele alívio do desmanchar das rugas de minha fronte ainda jovem, contudo já marcada pelas preocupações comuns dos filósofos antigos...Hoje contenho minha libido pela camisa e vestes de baixo brancas de um certo rapaz. Ele não me vê como outrora. Deixei ele se perder de mim. Quando era MEU menino-homem, homem-menino, tão inerente em seu sorriso maroto e naquela perfeita voz que me lembra as carruagens de Taranis. Num lapso, num susto ele se soltou de minha mão e saiu correndo... não sei se fugindo. Dele ficou então o suor nos meus dedos e um presumido sonho de futuro. A única certeza pois, foi a de tê-lo encontrado nesse mundo de meu Deus, no mais sem-querer dos meus dias... E perdê-lo no de repente inesperado de um lápso de minha falta comigo...

Um desejo...

Que ele não se esqueça...

Um suspiro de felicidade antes de um fim possivel...

Conformo-me com meu regozijo pretencioso do meu achismo de ter encontrado o que não sabia procurar tanto. Meus girassóis, colho-os agora nos campos da Toscana e as palavras que não canso de ouvir ecoam na caverna desse sentir. É um complexo bem-querer. Mas por que deveria ser complexo? Porque as pessoas o são! É uma boa resposta.Se para Descartes tenho que pensar para existir, afogo-me naquilo que penso e não penso e no que não sei que os outros pensam. Acho um olhar um pensamento... Quero um abraço de anos luz! A alma que os anjos não têm para buscar esse ser, humano. Sei sorrir no ônibus balançando e quente quando penso em você e escrevo essas minhas besteragens.

Un pequeño regalo mio...

Te regalo ...

Te regalo mi cintura, y mis labios para cuando quieras besar
Te regalo mi locura, y las pocas neuronas que quedan ya
Mis zapatos desde niños, el diario en el que escribo
Te doy hasta mis suspiros, pero no te vayas mas...

Porque eres tu mi sol, la fe con que vivo,
La potencia de mi voz, los pies con que camino,
Eres tu, amor, mis ganas de reir, el adios que no sabre decir,
Porque nunca podre vivir sin ti...

Si algun día decidieras, alejarte nuevamente de aqui,
Cerraria cada puerta, para que nunca pudieras salir,
Te regalo mis silencios, te regalo mi nariz,
Yo te doy hasta mis huesos, pero quedate aqui...

Porque eres tu mi sol, la fe con que vivo,
La potencia de mi voz, los pies con que camino,
Eres tu, amor, mis ganas de reir, el adios que no sabre decir,
Porque nunca podre vivir sin ti...

(Shakira)

domingo, outubro 16, 2005

no memory for love...


I miss you, but I haven't met you yet. Quem não amou ou foi amado tem medo da morte. Tudo é mais cavado, mais compassivo, flor da pele. Aqueles que amam e os que não o fazem têm algo em comum... A insegurança. Essa lancinante figura de mil faces. Para quem não conhece o tal amor dos poetas e filósofos é uma máscara... um esteriótipo de macho ou fêmea mal sucedido. Acha que isso reflete tanto na vida da pessoa? Bem... penso que é mais questão de desejo, lascívia. Quando tanto a contempla no outro que cria-se uma auto figura de desprezo reflexiva desde um seu olhar ao modo de se vestir... Será? Nada é tão simplório quando se tem medo de si mesmo... mais que isso, medo dos outros! É a pior das faces da insegurança, não se firmar em nada, muito menos em si. Há, em contrapartida, os que moram no ataque, e de tão inseguros vibram com o temor dos outros e outrora não passam de ratos com frio. Os da defensiva se esquivam até no modo de olhar... talvez seja essa a melhor investida. Impor-se!!! O que na verdade se confessa numa eterna fuga. Não há justiça no amor. Não é assim que funciona... não sei como funciona... mas talvez possa dizer quando não o é. Há esse sofrer implícito, que é bom e ruim... dói, contudo cultiva o sentimento. Insegurança da espera, do suor nas mãos, tremor nas pernas, frio na
barriga... esse é um ser que ama. Que conhece física e emocionalmente a sensação da doença do amor. Doença? Por que não? Há tantos sintomas para explicá-lo. Por favor não o confundam com paixão, esta é crônica, o amor é agudo. Pode perguntar a qualquer poeta ou músico, aos compositores, floristas e boêmios... Muitas explicações haverá para esse substantivo que de tão concreto, é às vezes mais abstrato que seu nome. Alguns se arriscarão nesse infinito explicar, mas não haverá nunca quem lhe possa conceituar com a precisão Geométrica de Da Vinci, somente usar de seu mistério como no sorriso da Monalisa.

sábado, outubro 15, 2005

Foggy day!



Uma gérbera caminha comigo.
Um sorriso de menina fez-me levá-la.
Uma boa lembrança ou porvir momento de contentamento.
Cheguei à floricultura e pedi:
- Moça, tem gérbera?
- Pequena ou grande?
- Hum... Grande, bem grande, a maior de todas!
- De que cor?
- Rosicler...
- Qual???
- Rosicler!!!
- Não tenho dessa cor não. E só usamos gérberas para arranjos.
- Moça, gérbera é uma flor, e flores por flores cada uma em si tem seu encanto e seu "arranjo".
- Hum... Mas ainda não sei que cor é essa.
- Bem, é suave, doce, bem delicada, coisa de menina, pode ser meio cor de alguns peixes, talvez cor de romãs abertos ou de bochechas de bonecas. Só sei chamá-la rosicler.
- Hum... Acho que agora posso lhe ajudar.
A moça saiu do balcão e voltou com a gérbera, a mais rosicler de todas. A sua, que mais uma vez roubou seu sorriso e o entregou ao mundo.
Engraçado, tive a impressão de ter um Girassol...



Hoje minha alma de menina chorou.
De uma metade olhava uma gérbera murcha,
Tal que perdeu seu propósito primeiro,
Dar-me um sorriso.
Agora só derrama lágrimas por ter sua beleza abandonada.
Este mundo dos homens...
Tão complicado, tão ríspido,
Não me decifra a beleza de uma espera.
Espero...
Esperei... E a flor murchou.
Minha outra metade não ouviu meu socorro,
Não veio ao meu amparo
De criança sem aquela mão para atravessar a rua.
Era a menina novamente.
Era meu esconderijo de imagens que só ela poderia ser.
Tudo no seu íntimo é poesia, tristes ou alegres.
Com cores diversas ou com o melancólico preto e branco que sempre lhe cabe.
É natural dela quando quer...
Não importava mais, ninguém o saberia.
A menina crescia de novo,
Porque nesse tempo, crescer é ficar cega dos olhos cordiais.
Ser adulto é se armar contra o ingênuo.
As pequenas coisas.
As meras singelezas,
De uma flor e um sorriso.
As pequenas mágoas
Que fecham sua boca e tapam seus ouvidos
De menina infante... de Nininha...

O vento abraça a brisa...



Dias frios aquecem minha solidão...

domingo, outubro 09, 2005

This is not a flower to be kissed...

Sempre há um fugir nos seus olhos quando brinca de esconde-esconde com seus pensamentos. Acho difícil encontra-lo... é muito escuro e não há barulho que me guie. Não gosto muito desse jogo. Não tenho medo não, é só coisa minha. Gosto de sentir tudo que me acontece, tudo que tocar meu rosto, do vento à gota do meu suor, quando não entendo uma idéia e levanto minha sobrancelha e quando uma dúvida faz rugas na minha testa. Meus olhos são grandes, isso minha mãe diz desde que nasci. Aliás todos diziam, que eu era pequena, nem tinha orelha direito, "essa menina só tinha olho quando nasceu!" Olhos tão grandes para quê, se minha melhor visão é o meu falar ou de quando em vez o calar? E como tenho necessitado dele nesses dias de cuidado. Esses são dias bons! Descobri um beija-flor lindo... resolveu fazer ninho no meu jardim... Fiquei feliz, alegria de menina, tenho um colibri pra cuidar das minhas flores, agora mais que
lindas... e lhe dei o nome de Amor! Porque achei que tinha cara de amor mesmo!

quinta-feira, outubro 06, 2005

sábado, outubro 01, 2005

Carpinejar e Magritte

Pintura de Magritte


MEDO DE SE APAIXONAR

Fabrício Carpinejar

Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção. Nem os anjos, nem Deus agüentam uma reza por mais de duas horas. Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar. Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado. Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz. Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar. Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de não soltar as pernas das pernas dele. Medo de soltar as pernas das pernas dele. Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la. Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram. Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha. Você tem medo de já estar apaixonada.

Eu - por Paulo Leminsk


eu
quando olho nos olhos
sei quando uma pessoa
está por dentro ou
está por fora

quem está por fora
não segura um olhar
que demora

de dentro de meu centro
este poema me olha.

quinta-feira, setembro 29, 2005

Carta de Aniversário!


Encontros são...
Encontros acontecem.
Alguns são planejados,
Senão pelos que se vêem
Talvez pelo próprio destino.
Há quem acredite ou não.
Não questiono o meio,
Somente quero lembrar o acontecimento.
Encontramos tudo e tantos,
Todos os dias...
Quando nascemos, encontramo-nos
Com o instinto de nossos pais.
Depois os encontros com as descobertas
As cores, o calor, o frio, a fome, a dor, os sons.
Com o tempo o encontro, ou os encontros
Tornam-se menos surpreendentes,
Porque nos conformamos com o que “não” é necessariamente comum.
Dizemos que cores são sempre cores, que sons e cheiros são sempre os mesmos,
Mas não é assim que se finda.
O encontro guarda uma eterna novidade.
Um novo, um susto, um inerente assombro de descobrir.
E assim as coisas acontecem e seguem seus rumos.
Entre encontros e desencontros, desde o primeiro lápis com o
Primeiro caderno, o primeiro sorriso provocado e recebido.
O abraço de cada dia, que deveria ser sempre o primeiro.
Não perder o pasmo do encontro é dádiva daqueles que ainda
Sabem experimentar os prazeres pequenos da vida.
Que dão ao ínfimo a amplitude dos ventos
Que dão às lágrimas a força dos mares.
Não percamos esse pequeno âmago de enxergar o que nos acresce,
Acreditar no aprendizado que é a caminhada dessa louca vida.
Acreditar que encontros são eternos,
E que o verbo conhecer seja uma constante aos seus sentidos.
Porque encontros engrandecem as almas perdidas
Reencontram o que já era dito esquecido.
Espero que nos encontremos muito, pasmados e sempre nos descobrindo.

A você desejo todos os pequenos e grandes encontros que a vida possa lhe proporcionar ou aqueles que queira provocar.

Que nossos aniversários continuem se encontrando à meia-noite com um vinho, um dia de chuva, um filme e um sono com o conforto do carinho e almofadas no chão.

Parabéns e um brinde ao seu encontro com a Felicidade.

Beijos meus e muitos!

segunda-feira, setembro 26, 2005

Um dia de Adélia Prado

(Já dizia Adélia Prado: "O que a memória ama, fica eterno. Amo-te com a memória, imperecível".)

COM LICENÇA POÉTICA
Adélia Prado

"Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada. Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir. Não sou feia que não possa me casar, acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor. Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos - dor não é amargura. Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô. Vai ser coxo na vida é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou. "

quarta-feira, setembro 21, 2005

Enlace


Tudo era ritmado.
A mão dela tremia no acolher de uma hera. O bouquet pulsava como se a pressão cardíaca estivesse concentrada em suas mãos. Noiva flor de laranjeira. Um luzir que resplandecia o vento.
Depois o noivo. Homem feito de histórias e viagens. Experimentava os dias de “butterflies in my stomach”. Benévolo e inquieto por dentro e por fora.
Mesmo planejado e quiçá de repente revividos, sentimentos ditos obsoletos eram novos e lapidados no admirar do dia e dos olhares presentes.
Maravilhavam-se. Tanto ela como ele.
Amavam-se por si, sem os demais.
Permeava a todos encanto, beleza, um âmago do nascer de vida nova.
Alegria.
Matemática metafísica, uma vida, para dois que se multiplica no porvir incerto de dias moços.
Aquele ritual ofendera as leis de Newton, quando no toque de suas frontes dois corpos eram capazes de ocupar um só lugar no espaço. No silêncio das músicas, o momento não cessava num entoar de sons suaves, uma singeleza lírica escancarada no furor daquela felicidade.
Mágico, belo, sacro.
Ouviam-se os sorrisos. Cheiravam-se as cores. Via-se o transparente.
Palavras bentas proferidas.
“Festa” a boa palavra, talvez a mais certa, a cabível no tentar resumir de tantos acontecimentos.
Mas por que emprestar a uma única palavra a abundância das vidas que ali formavam só uma?
Não se tratava de resumos e esboços.
Esse enlace era harmônico, forte e intrépido.
O próprio cura resolveu implícito o ósculo final.
Do fim e do começo,
Um símbolo da altivez do amor.
Se era para ter cor e flores, seria verde e copos-de-leite.
E assim o foi.
No fenecer dessa “festa”, não terminou por fim ou com final.
Tudo aconteceu para que compreendessem que ali surgia um eterno começo de amar e conviver.
Um dividir.
Um perpétuo prosseguir.
O pleno desejo de continuar...

quinta-feira, setembro 15, 2005

Butterflies in my stomach...


Perguntei-me o que não sei querer ser a resposta.
Acontecer e descobrir são os verbos protagonistas
Das histórias do mundo...
Se tenho medo de mim, é do meu não olfato do amargo...
Porque não sou santa... e ainda me jogo...
Deram-me a chance que dizem, me fazer irresponsável...
Não consigo dar nome a isso...
Talvez porque ainda me assuste.
E sinto que há beleza nesse espanto.
Se for minha altura, talvez tenha que me esforçar mais
Para alcançar os altos e baixos que me cercam...
Ter com os menores que eu, sem machucá-los...
Talvez o alto exista para aprender a olhar para baixo e enxergar os tropeços,
A poeira debaixo dos tapetes... as teias de aranha que não estão só nos tetos.
Elas aprisionam e sobrevivem outros sempre...
Mas matam...
Porque é assim... não uma aceitação,
Um fato, um fardo, figura bem posta no ângulo da visão.
Seu entendimento!
Se é meu falar? Esse, não vivo sem, é o meu maior assombro,
Melhor, temor, susto, companhia e defesa.
Ameaça-me, condena e desencanta-me. Senão me diverte e me acorda...
Ensina-me... muito... não o bastante... mas me expresso nesses trilhos de correr.
Se for meu sorriso? Eu posso escondê-lo, caso queira.
Talvez ele desperte outro... quem sabe?
Uma epidemia de expressões que suavizam os dias sem cores.
Ainda tenho dias assim...
Contudo... se acreditar é um valer a pena...
Vou-me com Fernando Pessoa... Porque minha alma não é pequena!
Nunca se quer ser peso... preferiria ser um alívio.
Não preciso ser sua medida, ajustar-me ao seu "carpe dien"
O meu já é bom, mesmo que assomado, porque ainda desconhecido.
Meu incompleto que foge ou se vai alhures.
Não quero lhe ser irresponsável, busco apenas o clichê
Diário e óbvio dos bobos like me.
Ser feliz com aquele punhado que me regale seu "ser" e "ver" em mim e de mim...
Mais uma vez... um sorriso gratuito com consequências.
Não quero medidas,
Perguntas com respostas.
Ser!!!
Permitir que o sábio sol faça o que melhor lhe comporta...
Amanhecer o dia!

domingo, setembro 11, 2005

Se um dia fosse musicá-la






Você surgiu pra mim
Como Luz em prisma.
Pensei descobri-lo inteiro.

Tudo se fez no pungente destino dos loucos
Amantes-verdade, sem juízo...
Entreguei-me sem o medo implícito
A um amor nômade que desconhecia.

Nesse labirinto de flores me perdi.
Não consegui preencher as lacunas de nós
Perdi-me do seu caminho.
Já não alcançava responder
Quem éramos mais...

Meus olhos,
Antes encharcados do amor,
Estavam secos, então cegos.

Quis de mim alma e corpo
Fez-me rainha e bela
Quando menos sonhei
Meu mar calmo e aberto
Fez-se gota d'água em tromba de ventos.

Na sua ausência me perdi.
Não sei dizer como, onde, quando nem porquê.
Meu amor que "fugia a dicionários"
Se pôs vazio e sem norte,
E hoje o que restou dele
Foram seus entalhes em minhas veias
Cicatrizes que se fazem até hoje com sua falta.

sábado, setembro 10, 2005

Dor


Queria q você entedesse. Mas é demais para sua alma. Talvez eu tenha me perdido mesmo. Perdida! Nessa raiva que escondo, que presumo todos os dias. Não se lastime.

A culpa é minha. Derrota. Vesti esta roupa hoje. Meu acordar não aconteceu. Tentaram me fazer bem e eu deixei me esvaziar novamente.

A culpa é minha. Fui e sou lástima que se condena e repete os erros dos outros dias.

A culpa é minha. Magoar... decepcionar-se, e comigo! Verdade dura e afiada. Sei me cortar muito bem.

A culpa é minha. Insisto no que não resisto de consequências. Se as vislumbro? Claro. Mas me cego e acordo hoje com a dor. Cortei-me novamente e a culpa é minha.

A água que bebo deveria ser minhas lágrimas que não chorei pela vergonha que me fiz e que lhe dei. Por quê?

A culpa é minha. Perdida de novo! Desculpa é palavra pequena para essa dor que criei. Se te dou a cena para que seus olhos se apertem... me julgue... sei que a culpa é minha.

Fiz tudo consciente e o estranho é que não o sinto. Escondo-me neste rosto de coitada. Falso pudor o de agora. Por que não consegui? Erros...

Acertos são pequenas vígulas quando você me olha assim. Se ainda os vê? Use a palavra comum para os meus últimos dias: Perdão.

Isso tudo não cabe na palavra, pois sei que a dor atingiu o osso. É a mais profunda. Pondere um pequeno valer a pena.

Não mereço nem o acentir de sua cabeça. Quanto mais a sinceridade do seu coração. E tudo porque me fiz culpada, fiz-me errada. Pus-me nua na cama e com maquiagem de resto de noite. Que imagem é essa? Não me pinte assim. Imploro. Sabe que sou mais que um resto de noite.

A culpa é minha. Eu que danei seu encando. Eu que provoquei seu espanto e seu não confiar. Não reconquistar tanta coisa perdida.

Acha que ainda cabe o sacrifício de um indulto? Não é um pedido, é desculpa para o alívio vergonhoso do meu olhar de "me odeio por isso". Acho que nada seu me cabe mais, porém o desprezo e tristeza do desiludir aos que amo, é o que tenho feito no meu dia-a-dia.

Tentarei novamente. Afinal é pra isso que nascem os novos dias.

Ainda amo você, como alma que não foge de mim. Sou um erro constante, um grito de socorro... e só eu posso puxar minha mão nesse mar de lama que me fiz.




Desculpa... agora acho q é mais sincero.






Perder

do Lat. perdere
v. tr.,
ser privado de coisa que se possuía;
deixar de ter, de gozar;
não aproveitar;
deixar fugir;
dar cabo de;
dissipar;
destruir;
causar a ruína de;
conduzir à perdição;
corromper;
desgraçar;
desmerecer;
descair no conceito;
sofrer dano, quebra ou diminuição de;
esquecer-se de;
deixar de observar, de seguir, de prestar atenção a;
empregar sem proveito (o tempo, o esforço, etc. );

v. int.,
ter prejuízo pecuniário;
ser suplantado por um concorrente;
ser vencido ao jogo;
desmerecer;

v. refl.,
desaparecer;
extraviar-se;
corromper-se;
arruinar-se;
desgraçar-se;
atrapalhar-se;
ficar absorvido;
ficar desnorteado.
a - de vista: ao longe; muito longe; muito vasto, extenso;
deitar a -: arruinar; corromper; desgraçar;
ficar a -: ficar em desvantagem; ficar prejudicado em merecimento;
não as -: não perder a oportunidade de vingar-se ou de tirar compensação ou proveito próprio;
- -se por (alguém): gostar muito (de alguém), ao ponto de se fazer sacrifícios.

sexta-feira, setembro 09, 2005

Coração de menina tem asas


O coração da menina...
Bateu suas asas e voou.
Foi pra tão longe,
Que nem o vento, seu amigo, soube responder
Onde estava aquela pequenina?
Que com ele tanto brincava e sorria?

Com saudades da sua risada
O vento
Uma leve brisa soprou...

Uma gota de orvalho
Numa folha de outono
Que parecia lágrima de choro
Surgiu com o cheiro da menina.
Aquela mesma, que um dia com o vento brincou.

Um dia, o vento, já calmo e quieto
Da verdade soube então:
A menina fora partida,
Levada pela vida e pelo vilão do tempo.

Fora o tempo que a enfeitiçara,
E dela roubou seu encanto e puro amor.

Agora da menina muito pouco se fala,
Porque sua lembrança calou o vento.
Este que nem na mais remota lonjura que alcança,
Consegue sentir o bater das asas daquele
Coração pequenino.

Nem sua brisa mais singela e macia
Carrega mais os sons daqueles belos dias
Da menina e o vento...
Daquele bater de asas frágil e infante,
Dos doces sorrisos que ela dera na infância...

O tempo é o bandido!

quinta-feira, setembro 08, 2005

Rosa-dos-ventos


Um girassol me despiu,
Não consegui censura-lo.
Foi tão descarado!
Tão e tantas foram minhas intensidades
Que encontrei-me e perdi-me
Por vezes várias.
Sopros, brisas, ventos... tempestades
De encanto e sensações...
Acho que encontrei um mundo de REALIZAR.
Quero beber da vida
O eterno encontro
De ajustes e apertos...
De espantos e sossegos
Sempre que ela passar.
A medida que melhor me couber no dia;
Mas que seja calmo, quieto, simples e aberto,
Como uma flor de maracujá.
Fiquei com medo do esconderijo da minha ânsia.
Mostro as cores que tenho respirado.
Perguntei ao coração:
Qual direção tomar?...
Ele sorriu e me deixou a pensar...

Acho que deixarei um girassol me guiar.

sábado, setembro 03, 2005

Coin-Operated boy - By The Dresden Dolls

Coin-Operated Boy
Dresden Dolls
Composição: Amanda Palmer

"coin operated boy
sitting on the shelf
he is just a toy
but i turn him on
and he comes to life
automatic joy
that is why i want
a coin operated boy
made of plastic and elastic
he is rugged and long-lasting
who could ever ever ask for more
love without complications galore
many shapes and weights to choose from
i will never leave my bedroom
i will never cry at night again
wrap my arms around him and pretend....
coin operated boy
all the other real
ones that i destroy cannot hold a candle to my new boy
and i'll never let him go
and i'll never be alone
not with my coin operated boy......
this bridge was written
to make you feel smittener
with my sad picture
of girl getting bitterer
can you extract me
from my plastic fantasy
i didnt think so
but im still convinceable
will you persist
even after i bet you
a billion dollars
that i'll never love you
will you persist even after i kiss you
goodbye for the last time
will you keep on trying
to prove it?
i'm dying
to lose it...
i'm losing...
my confidence
i want it
i want you
i want
a coin operated boy.
and if i had a star to wish on
for my life i cant imagine
any flesh and blood could be his match
i can even take him in the bath
coin operated boy
he may not be real
experienced with girls
but i know he feels
like a boy should feel
isnt that the point
that is why i want
a coin operated boy
with his pretty coin operated voice
saying that he loves me
that hes thinking of me
straight and to the point
that is why i want
a coin operated boy"

sexta-feira, setembro 02, 2005

Juntando moedas antes do prejuízo


Como se algo pudesse ser leve em sua lembrança.
Sambas são compassos e descompassos que se dançam no dia a dia.
E naquele dia...
Suaves “tuns, tuns” invadiram o limite dela e bateram numa cadência desconhecida.
A menina ainda busca os passos certos do samba que quem sabe um dia lhe caberá?... É essa a eterna pergunta...
Canção que somente ela saberá ouvir, e se merecer, talvez possa senti-la.
Porque dela é o samba da alegria, de uma surpresa estarrecida... pureza de ser, alma vestida de flores e sorrisos.
O samba da menina é uma eterna saudade do dançar um desejo escondido. Talvez bailar um tango que tocaria no ENCANTO sonoro de um rádio antigo.
E que de tanta poesia e bem-querer a faz esperar pelo momento de ao mundo ela se entregar.
Sorria menina! Dance! E continue a se encantar...
Porque sua face traz seu coração embalado num olhar cristalino e seus sentidos cicatrizam este pequeno escondedouro que é seu segredo turvo...

“Seu olhar melhora o meu.”

Olhos fundos são os que me cabem hoje. Um cansaço mórbido e melancólico... Mais uma vez na busca do encontro. Penso que aqueles que se despedirem de mim não alcançarão meu olhar. O calor me deteriora o entusiasmo. Dias quentes os de hoje. Pura preguiça de ter cores... Só queria brincar com meu sono, mais nada. É culpa do sol que não vai embora.

segunda-feira, agosto 29, 2005

Dreamcatcher...

Um espanto! Quando impulsos acontecem e não nos arrependemos... Sentimos somente o medo puro e vivo do errado. Do avançar de sinais. Ser inconseqüente, mas estar consciente das palavras e dos gestos. Responsabilizar-se pelos toques e pelos olhares. Mais que isso, quando um olhar traduz-se num beijo... que não acontece com o toque dos lábios, aponta no vago poder das sensações. Simplesmente o perceber que ele existe seja em que plano for.

Agora os substantivos que me permeiam são perguntas... várias delas, e incertezas, contudo, meio que paradoxalmente, são perguntas e incertezas seguras. Seguras, porque verdadeiras.

Queria um apanhador de sonhos para proteger-me no escuro, pois que sonhar é perigoso, principalmente quando se pensa que são tão paupáveis e que para realiza-los basta falar e agir. Escolher seu lado possível e fazê-lo. Quando escolhas e decisões não nos aprisionam no cotidiano dos processos e suas etapas. Quando o inerente ainda é desconhecido, e que há tempo para as descobertas óbvias, todavia não tão entediantes, porque ainda, descobertas.

Don’t be so hard on yourself ! Creia na delicadeza de um sorriso amigo… no sutil mover dos lábios e dos dentes que, surgindo como uma centelha, podem gritar em fogo ardente e eterno, e sempre ser guardado na mágica da lembrança.Tive um dia de luz e medos... agi pela minha explosão de desejos e compreendi a doçura de um abraço e um agradecimento.

Chantal Kreviazuk - I was there

"When you shone as bright as Bethlehem from afar
I was there
When you were young and strong and perverted
And everything that makes a young man a star
Oh, you were a star
I was there
And I swear to God and on my mother's grave
On everything I have or ever will embrace
I was there
And I saw it with my own two eyes
And now it's all around me, it's all around me
I'm surrounded
And now it's all around me, it's all around me
You surround me like a circle
Do do do do do do
I was there
Come on, tell me I wasn't worth stickin' it out for
Well, I was there
And I know I was worth it, 'cause if I wasn't worth it
That makes me worse off than you are
It's all around me, it's all around me
I'm surrounded
You know it's all around me, it's all around me
You surround me like a circle
But don't you lose sight of me now
Don't you lose sight of me now
Do do do do do do do
Don't lose sight of me now
'Cause I was there
When they dropped the bomb
You know I remember the bomb
And I still hear the bomb
And I still fight the bomb
You know I still fear the bomb
You know I still hate the bomb
Sometimes I still get the call
So don't you lose sight of me now
Don't you lose sight of me now
You know you're all around me, you're all around me
(Don't you lose ...)
I'm surrounded
(Sight of me now)
You know you're all me, you're all around me
(Don't you lose ...)
I'm surrounded
(Sight of me now)
You know you're all around me, you're all around me
(Don't you lose ...)
I'm surrounded
(Sight of me now)
Now it's all around me, you're all around me
You surround me like a circle
I'm surrounded, oh
Ah ah, like a circle around me ...
La la la la la la la la
All around me now
Oh ..."

sábado, agosto 27, 2005

Gérberas são ladras

Gérberas são ladras!
Roubam as várias cores que têm...
Roubaram teus pudores...
Iniciaram-te grandes amores?

Gérberas roubam teu sorriso
Trazem tua felicidade a tona...
Mesmo que te escondas “behind this said picture”.
Gérberas roubam-te de tua madona.

They just want to know if you will understand...”
Que gérberas desmascaram seus sentidos
Doam-te olhares e tornam patente tua libido
Tiram-te aquele falso vazio deluso
E pintam-te de rosicler.

quarta-feira, agosto 10, 2005

Um dia, dois textos...

Minha fé é como um labirinto.
Perco-me por vezes várias...
Há muitos caminhos
Tantos meandros...
Será que ainda encontro o âmago dessa força?
Tão imarcescível, tão bruta.
Porventura a trilha certa seja aquela que se esconde em mim,
Aquela que se oculta na minha incúria,
Uma negligência que faz minha alma chorar.
Se grito por socorro, não soa mais sonoro que o silêncio sacro de velas acesas.
Quem sabe o porvir me acalentará?
Pois que busco uma paz, minha paz, a do meu espírito.
Aquela que meu bem-querer me trará.
Aquela com a qual Deus um dia me abençoará.

______________________________________________

Sou pródiga no amor!
Não me escondo nos medos
Desse mundo reacionário.
Gasto, esbanjo, prodigalizo.
Que censura é essa???
Não me rendo à algidez algoz que me circunda.
Sou maior no que me é intenso do que naquilo que me carece.
Sou perdulária com meus sentidos íntimos,
Aqueles que deveriam ser meus pequenos segredos, só meus.
Não conheço o egoísmo,
Mesmo diante de Brás Cubas
O egocentrismo não invade a grandeza
De minha saudade imarcescível do que é bom e me faz bem.
Creio que me apaixonei por um alguém...
Outra vez!

quinta-feira, agosto 04, 2005

Quem ser mim???



Acordei com saudades de algo que era meu. Coisa muito minha. Uma falta, um vazio... Um espaço... Era uma amnésia cruel, toda essa falta... Eu sem saber, sem dar passos. Ansiava pelas respostas daquela ausência.

Olhares perdidos nos ônibus culpavam-me. Eu não entendia... talvez só não quisesse entender. Afinal julgar-me é tarefa difícil, porque escondo-me detrás das minhas inconsequentes e frequentes insanidades, físicas e morais.

Um menino brincava com seu chicletes na parte da frente do ônibus. O trocador sorria daquela pobreza... ria na sua "sem gracês" e de sua inércia. Queria sorrir carinho ou pena?

Tinha uma moça com óculos escuros e roupas alternativas. Mascava chicletes com a boca aberta e balança a cabeça... não sabia se era o rítmo do ônibus ou daquilo que tocava em seu discman... Parecia despreocupada com seu estilo sem estilo... E quem sou eu pra falar?

Ainda não sabia da minha angústia. Ainda não buscara no lugar certo. Olhei pra janela... Vi-me refletida como uma marca d'água, contudo não enxergava meu rosto inteiro, só onde a posição do vidro e da luz do sol permitiam. Senti meus olhos arderem e um lágrima se fez...

Sentia todo esse tempo a minha falta de mim. Encontrar-me?... só com aquele reflexo claro e incompleto... Buscava a mim, todo esse momento, e ainda não sei o que fazer, onde ou como procurar... Saudades de mim, encontrar-me comigo como num espelho de alma. Montar meu Tangran em todas as suas formas. Conhecer-me... Bastar-me...

quinta-feira, julho 28, 2005

One of my favorite songs... by Tracy Chapman

"She’s got her ticket
I think she gonna use it
I think she going to fly away
No one should try and stop her
Persuade her with their power
She says that her mind is made
Up

Why not leave why not
Go away
Too much hatred
Corruption and greed
Give your life
And invariably they leave you with
Nothing

Young girl ain’t got no chances
No roots to keep her strong
She’s shed all pretenses
That someday she’ll belong

Some folks call her a runaway
A failure in the race
But she knows where her ticket takes her
She will find her place in the sun

And she’ll fly, fly, fly..."

quarta-feira, julho 27, 2005

upset 'n down...

Dias de lua alta,
Meu espírito se esconde
Numa solidão repentina
Minha...

Ouço músicas
Sinto-me alva,
Como aquela mesma lua...
Não tão brilhante...
Minha resplandecência é inteira...
Sinto-me álgida.

Como posso colher minhas flores?
Como posso beber o meu vinho?
Como viver o momento?
Se tudo que existe é sopro, brisas e carência de caminhos?...

Quero um anjo que me embale
Nas mais doces canções
Quero um anjo que me convença
Que não há mais solidão.

domingo, julho 24, 2005

amor-perfeito

Dei letras às asas de uma borboleta... Consoantes tatuadas na epiderme da alma.

Alma??? Sombra de vida.

Encontrar os caminhos certos parece maniqueísmo de infância... e se existir um só?

A promise...

I just wanna be a woman...

Se existir uma só estrada , encontrei... Encontrei uma flor, um amor-perfeito. Não estou cansada.

Às vezes me obrigo a escrever para não desistir da busca... uma que não sei onde vai parar... até mesmo se existe alguma. É só uma questão de de metonímia... a parte pelo todo...

Faltam-me novas canções... que eu ame.

Ontem foi um bom dia... minha fragilidade se pôs bela e foram muitos beijos e eu te amo's... Certeza sem o medonho absoluto... Existência de energias que se completam...

Completude se faz na flor do dia.

COMPLETO

do Lat. completu

adj.,
a que não falta nada do que deve ter;
acabado;
concluído;
terminado;
preenchido;
perfeito;
total;
integral;
cabal;

s. m.,
aquilo que está completo ou perfeito.